quinta-feira, junho 30, 2005

Precisa-se

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Preciso de alguma que me faça disparar o gatilho que tenho na cabeça e na ponta dos dedos.
Há 6 dias (!!!) que não escrevo nada... Não é bem assim; escrevo, fragementos de conversas, frases batidas, apontamentos numa consulta que nem ouço porque aquilo não é comigo, porque aquilo é demais para mim, porque não compreendo... Escrevo tudo aquilo de que não preciso.
Falta-me inspiração! Falta-me o móbil para escrever. Não que não tenha vontade. Ah, se tenho!
Mas pareço azeite numa frigideira, parado, mudo, sem a mínima agitação. Por momentos suspeitei até que teria deixado de sentir, já que o que dançava nos meus dedos, entrelaçado no meu coração de fingidor, eram os sentimentos, as emoções, a Vida que pulsa em mim e quer sair a todo o custo. Mas não se tratava de falta de sentimentos; eles continuam cá dentro como leões em jaulas pequeninas, rugindo à passagem de alguém que desconhecem. Não, não era falta de sentimentos.
Então o que seria?! Será que me revi noutros e agora prefira ouvir em vez de gritar a todo o mundo o que me arde cá dentro? Será que o que sou se tornou tão banal que nem eu me queira "ouvir"?! Não, também não era isso...
Gostaria muito de saber o que se passa... Talvez por estar num cruzamento de infinitas estradas, todas elas com um destino diferente, mas sempre hipotéticas. O meu destino é um e um só. Não há nada a fazer...
Apareceu, contudo, um ente mágico que me faz flutuar sob as pedras da calçada e me sussura carinhos em surdina, à boca do coração. É então que me sinto ainda mais pequenino. É então que o pulsar desse Maldito se torna tão insuportável que me chega a expulsar esse líquido de Vida das janelas da Alma... Alma?! Quem és tu, que me martirizas com as tuas imposições? Quem és tu para me dizeres o que fazer?
Pensando bem, tu és Eu e eu sou Tu. Somos unos e partidos na continuidade da Vida, nas memórias que nos fazem o que somos.
Saltando de mãos dadas, de nuvem em nuvem (daquelas cheias de chuva amor, como as que atapetam os tectos das minhas ilhas de saudade), vou em direcção a mim, fugindo de mim e de ti, e encontrando-te aqui e ali, entre as esquinas.
Voas para mim, prendes-te ao meu pescoço, como as crianças, e chamas-me de teu "mais que tudo"... E fico sem graça, na minha desgraça, pois nunca fui o "mais que tudo" de ninguém. É uma grande responsabilidade,sabes?
Como aquela que tinha para comigo em manter aberta a via da escrita. Mas essa fecha-se a cada hora que passa.
Precisa-se de inspiração! Precisam-se de respostas... Preciso de vocês que me leêm... Preciso de ti...

quinta-feira, junho 23, 2005

Fortaleza

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O meu corpo é o meu castelo. Nele escondo segredos por desvendar. Nele me refugio e nele me envolvo em danças e ritos de vida. Mas existem sempre brechas e frinchas por onde se escapa a minha essência, o meu tutano!
Por entre as minhas muralhas de sofrimento sopram agora os ventos da nostalgia e da "quase" serenidade. Enlevo-me ao pensar nas novas que me trazem os pássaros, de ramos na boca, sequiosos por um lugar à sombra...
Também eu gostaria de ter uma sombra que refrescasse estas paredes esburacadas pelas farpas de Homens indecentes que apenas procuram entrar por mim adentro, sem pedir licença.
Ahhhh... Apenas acalmo os estandartes olhando o mar lá ao longe enquanto recordo o teu perfume e as linhas do teu rosto. Queria tanto sentir-te uma vez mais!
Tocar-te, falar-te ao ouvido, aconchegar-te dentro de mim, coser a tua pele à minha e sermos unos. Rebolar por ti abaixo, arrancando gomos de prazer, sofregamente sofridos. Percorrer com o meu dedo indicador toda a tua linha de costa... Baixar a ponte levediça e permitir uma invasão tua, que me arrepiará até a parede mais fria.
E ele transforma-se ante vagas de amor e de paixão, destruíndo-se em batalhas de raiva e acalmando-se em amizades sofridas e partilhadas. Sim, porque nas paredes dessa fortaleza estão cravadas as marcas de tudo o quanto passou por mim.
Nos meus braços, nas minhas mãos, no meu peito, na minha cara estão essas marcas, mas também estão presentes os remendos feitos de conversas, de carinhos e de olhares...
O meu corpo vacila... O meu corpo balança... O meu corpo pede amor daquele que destrói, daquele que consome de dentro para fora e me faz renovar todos os dias.
O meu corpo é o meu castelo. E tu serás uma outra pedra, como outra pedra qualquer, mas sempre uma pedra angular.

terça-feira, junho 21, 2005

Beyond Heaven

Estou a leste dum Paraíso que não é o meu mas no qual me sento à sombra duma presença desconhecida, renovando-me e refazendo-me em fatos de cores tantas, que chegam a ferir a alma.
As emoções rebolam no coração e na razão e já não sei o que sinto. Paixão? Carência? Comodidade? Não sei... E tenho receio de te ter como roberto nas minhas mãos de mágico de sentimentos. A ilha em mim quer soltar-se, mas talvez tenha sido precipitação num abismo sem fim.
Revejo-me em ti. Quero-te para mim. E mesmo assim, o meu ser pesa... Pesa tanto que sinto os meus músculos, os meus tendões reteseram-se, e o meu coração acelerado. É como se me abraçasses de dentro para fora, expondo-me a mim mesmo e a ti, mas sem veres, sem quereres ver.
O que me dizes vai direitinho àquele cantinho sequioso de carinho e de atenção... Guardo as tuas palavras e os teus beijos quentes em folhas de ouro, entremeadas com folhas frescas de oliveira.
Adoro que me abraces e me envolvas em ti. Os nossos corações batem desalmadamente e interiorizo cada relevo do teu corpo para um dia relembrar... Sim, um dia que se aproxima a passos de Golias, sem que possamos fazer nada!
Só eu posso acabar com esta loucura doce enquanto é tempo. Mas parece que há pouco a fazer... Enlevaste-me com o jeito singelo e com a tua candura que teimo em não destruir... Admiro-te, debaixo para cima e todos os dias penso como te vou surpreender...
Deuses, não me torturem com a tortura d'outros! Façam-me viver, relembrem-me a essência do ilhéu que sou e deixem todas as portas abertas...
Nem que seja para uma qualquer onda de dor e sofrimento entrar por mim adentro e me purificar até aos ossos.
Fica em mim... Amarra-me... Leva-me para onde estou bem e guarda-me numa caixinha de sapatos forrada a papel brilhante!

sexta-feira, junho 17, 2005

Soluço

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Sinto-me a afunilar... O meu pensamento dirigi-se num único sentido, nem sei bem qual.
O meu corpo acompanha-o, freneticamente, esgotado até à exaustão. Numa busca de sentido para tudo o que me rodeia, numa busca de sentimento verdadeiro para as coisas. Superfcial, frívolo, insensível... É nisto que me estou a tornar!
Não paro de pensar na desilusão daqueles que esperam o melhor de mim. Parece que para ser eu, tenho que percorrer esta curva sinusoidal de emoções; ora em cima, ora em baixo; ora bem, ora menos bem, mas sem nunca atingir um equilíbrio que me possa satisfazer por mais que uns meros 10 segundos.
Já nada me dá prazer... Apenas este pensamento mórbido de "não querer" ou de "querer muito", que me come o âmago à velocidade que os dias passam e o fim se torna próximo.
Atrozmente, recordo os poucos seres que amei um dia... Terá sido amor?! Quero acreditar que sim, já que não me vislumbro a sentir novamente o que senti com eles. Não me imagino a anular mais; não há mais nada a anular! Sou um zero, sou um estúpido, sou um ramo sem árvore... Sou isto e sou aquilo, mas acabo sempre por ser eu!
Não me agrada nada a ideia de ser feliz com o que tenho. O que tenho não é nada e é tudo, mas não é, de todo, aquilo que quero AGORA. Será sim, aquilo que tive e não me apercebi... Mas, ingénuo, inconsciente, e outras mais coisas que sou, penso sempre na terrível consequência, no fatídico amanhã que vem mais rápido que uma bala dirigida ao meu coração, e arrancar-me dos meus cânticos egoístas de dor quase fingida. Sim, fingida, porque fingindo, acabo por não ser eu mas sim um outro, distante de mim, indiferente a mim próprio.
Incapaz de chorar, reduzo-me ao pó que sou... Desalmadamente grito por amor e por ti, sejas tu quem fores!
Tu és o Sol e a Lua em mim; tu és o mar e as rochas em mim; tu és a Estrela da Manhã e o Ocaso em mim... Mas nunca te vi... Talvez porque o túnel está cada vez mais estreito... Não consigo mais; os dedos escrevem automaticamente, mas já não flui a seiva em mim...

(desculpem... esta faceta em mim poucos conhecem...)

terça-feira, junho 14, 2005

Bolo de chocolate

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Estou cansado de escrever... Só sai "porcaria" com sentido para mim e já não há aquela magia... E como dizem que "uma imagem vale mais do que mil palavras", deixo-vos com fotografias significantes...
A minha irmã é quem mais sofre com o meu feitio de mula... E, no entanto, não consigo "enfrentá-la".
Esta é uma homenagem sincera à mulher mais bonita que conheço: TU!!!

PS: está para breve... LOL

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Como uma árvore
Solitária no Outono
Da vida.
Como uma noite
Sem Luar
Sob o qual, tal Romeu,
Te pudesse beijar, minha Julieta…
É este o meu triste
Viver.
Qual Elísio solitário
Vagueando pelas
Sete partidas do mundo,
Sem encontrar a rosa
Sobre a qual pudesse soprar
Meu quente sopro e
Afagá-la com minha
Fresca brisa…
Ah! Como invejo
Aquele que ama
Pois não sabe
A doce tortura
Que o aguarda,
Só superada pelo grave
Desespero que me acompanha,
que nem uma negra sombra
da solidão…


(Agosto de 2003)

sexta-feira, junho 10, 2005

Só pra saber

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Hoje estou frustrado, estou triste, estou mal com o mundo.
Hoje quero estar sozinho... Hoje e sempre!

Como tal, acho melhor deixar a outros o desafio proposto pelo grande Iluvatar.
Uma forma de deixar um post e de conhecer-vos... Bem hajam!


Tamanho total dos arquivos de música no computador:
7,91 gb

Último disco que comprei:
Já foi há tanto, que nem me lembro....

Canção que estou a escutar agora:
Driving You Slow (The Gift). Esta música costumava dar-me "power"; agora, deprime-me...

5 canções que costumo ouvir frequentemente ou que têm algum significado para mim:
1)- The Blower's Daughter (Damien Rice)
2)- 1979 (The Smashing Pumpkins)
3)- Come Away (Norah Jones)
4)- Karma Police (Radiohead)
5)- Saltwater (Underworld)

E como não quero ser menos que os meus predecessores, aqui lanço o testemunho a 8 outros bloggers:
Intimidade Indecente (Rita)
The Kaeser (César)
I'MGAY (Neco)
Palavras Soltas (?)
Anjo Caído (?)
Alma Nua (Sylpha)
Intensidades (Joana)
Fugiremos (Pedro)

Razões para a escolha:

Intimidade Indecente - porque me pareces sofrer...
The Kaeser - porque nunca te vou esquecer e porque precisas que eu te lembre que estou sempre aqui
I'MGAY - porque somos tão parecidos e quero ver até que ponto!
Palavras Soltas - porque nas tuas palavras sinto uma ligação às minhas (deve ser só impressão minha...)
Anjo Caído - Queria saber que música ouvem os Anjos (hihihi)
Alma nua - Porque adoro as fotos que postas :o
Intensidades - Porque sim...
Fugiremos - porque me apetece, porque PORQUE... Pode ser?

Quem quiser responder, que o faça... Mas só se lhe apetecer!
À minha maneira, gosto do que conheço de CADA UM DE VÓS... Obrigado por colarem mais um retalho na minha manta-personalidade =o)

quarta-feira, junho 08, 2005

Vulcões Adormecidos

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Ser ilhéu não é viver numa ilha... É ser uma dentro de outra, que nos contém, que nos dá vida, que nos oprime.
Ser ilhéu, é acordar de manhã e ver o mar, sentindo as vagas de calor e de ressalga em mim e no mundo.
Ser ilhéu é estar rodeado de bruma e de nevoeiro, escondido de mim, encontrando-me em cada um de vocês, à espera de um raio de Sol.
Ser ilhéu é viver intensamente a vida, mesmo sem se saber porquê...
Ser ilhéu é percorrer os caminhos do campo, escutando a terra e respirando as àrvores, saboreando a solidão forçada de alguém que quer amar a não sabe a quem...
Ser ilhéu é ser redondo, é ser quadrado, é ser bicudo e obtuso! É ser outro que não seja um diferente de mim...
Sou ilhéu, e acordei para a vida! Como adormecer novamente esta lava tórrida que, dentro de mim, ousa rebentar sem direcção?!
Sou ilhéu e quero sentir a calma do meu MAR. Quero afogar o meu peito em chamas nas copas das criptomérias e voar sobre as lagoas de fogos de ânsia, para mergulhar nos algares de amor solidão...
O meu corpo apaga-se de mansinho, debaixo da exaustão rebelde que se apodera devagarinho. Chiuuuuuu!, digo para a ilha que sou. Ela suspira de agonia em abalos de terra debaixo de mim... O chão foge-me debaixo dos pés, mas tenho alma e mente, e corpo e coração de ilhéu. E assim terei, até ao resto dos meus dias!
Mas o mar vai roendo as minhas costas. O mar vai-me roubando todos os dias um pouco mais do que sou. Mas ser ilhéu é mesmo assim... É dar-me sem receber... É receber sem esperar... Porque existe sempre um amanhã, diferente do hoje e estupidamente parecido com o ontem.
Eu quero chegar... Quero ser ilhéu amanhã para esquecer o ilhéu que fui hoje. E amanhã concerteza vou ser um outro, melhor ,pior, igual, mas nunca indiferente aos outros ilhéus que, perdidos como eu, ousam chamar as gaivotas que lhes trazem novas doutras vidas.

sábado, junho 04, 2005

Espreita

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Espreita dentro de mim;
Olha-me no fundo da alma e
diz-me o que vês.
Rasga-me por dentro
e volta a coser-me com linhas
de amizade e carinho.
Quero sentir os teus olhos,
o teu pensamento, o teu corpo
percorrerem-me por dentro!
Eleva-me, por favor,
enquanto os raios de Sol
escrevem o futuro incerto
e apagam o passado tortuoso...
Espreita... Vê...
Toma-me e gritemos os
dois de prazer simples e
Puro

sexta-feira, junho 03, 2005

Espero

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Preenchendo todos os cantos e recantos do que sou, percorres-me como um rio seco, cavando um leito em basalto negro.
Impetuosamente, corres numa única direcção... Aquela que se afasta de mim! Eu não vou ceder; apenas vou conter-te em mim até explodir de tanto sentir a tua falta.
Não te dás nesse teu jogo do gato e rato. E mesmo assim, depois de tanto sofrer, de tanto recmeçar, sou novamente um menino, olhando-te como a um pai.
Sim, agora és um pai, um pai da vida, um guru de sentimentos e de vivências!
Amo-te como se não ouvesse amanhã... Como me arrependo de te ter negado um dia esse Amor.
Ele é cego e tudo vê. Ele é quente e tudo gela c'o seu sopro. Ele é quimera à ESPERA de ser realidade!
Guardo-te como um tesouro, como uma moeda da sorte, dentro de um coração bordado a paz e perfumado a serenidade. Serenidade daquela que se sente quando não se desespera... Esse amor guardado é a minha força, a minha energia! É o pão que levo à boca todos os dias... É a água que sorvo debaixo da amendoeira, enquanto espero por um novo dia.
E nunca mais chega... Nem esse dia, nem o teu olhar esquivo e breve que tudo pára em mim...

quinta-feira, junho 02, 2005

Tu... que me foges

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Quero percorrer...
Quero sentir cada pedra do caminho
debaixo de mim!
As folhas das árvores são minhas amigas
e a seiva que nelas corre
é como o sangue que me pulsa nas artérias.
Sinto o cheiro da chuva que se aproxima...
A terra molhada, expulsa já os humores
terrenos e se purifica.
Dá-me a mão
e deixa-me encasular-te com o meu espírito...
Queres?!
Queres sentir-me afagar-te o coração
como a chuva aquece a alma dos
Que vivem em solidão?
Beija-me e liberta-me....
Sê a lâmina que cortará a cabeça,
oca de razão e plena de luxúria...
Vem... Vem tocar-me e fazer-me
EU!