quarta-feira, março 30, 2005

Circe (Meu amor corre-me o corpo)

Para ti, bébé...


"Meu amor corre-me o corpo
Com beijos soltos nos dedos
Que as sombras da tua pele
Aprendam os meus segredos.

Meu amor corre-me o corpo
Com beijos soltos dos meus dedos
Que as sombras da minha pele
Naveguem nos teus segredos

Meu amor corre-me o corpo
Com beijos soltos p'los dedos
Que as sombras da minhapele
Se soltem dos teus segredos"

In Ulisses, de Cristina Branco

segunda-feira, março 28, 2005

Por não estares a meu lado, o meu coração falha e reinventa-se enquanto tento racionalizar o que sinto. Mas ele é teimoso e insiste em querer-te para mim e em maquinar enredos para te seduzir e enfeitiçar.
Não entendo esta minha pressa de viver, de querer amar, de experimentar mil sensações, tudo ao mesmo tempo! É como se o mundo fosse acabar amanhã... Estupidamente, ligo o móvel na esperança de teres enviado uma mensagem, por mais insignificante que fosse.
Hoje, ao acordar, senti uma vontade quase incontrolável de estar junto a ti... Como não podia, resignei-me à minha condição de pedinte e de rejeitado. Nem se trata de uma questão de ser rejeitado ou não, pois nunca me deste razões válidas para me sentir como tal... O meu problema foi agarrar-me à ideia, que eu construíra na minha cabeça, de representares tudo aquilo que procuro e eu aquilo que queres para ti.
É das piores coisas que se pode fazer... Acharmos que a realidade irá corresponder ao que idealizamos, às ideias construídas e não ao que realmente existe.
É como se construíssemos castelos no ar!
Mas se não for assim, como tirar um pouco daquilo que a vida proporciona aos outros, sem que eles se preocupem?!
Queria muito poder ser completamente feliz com o que tenho. E, durante a maior parte do tempo, consigo sê-lo. Ajudando os outros, estando com os amigos numa mesa de café, conversando alegremente num jantar de família, vendo um filme recostado na minha cama...
Mas, doutras vezes, sou assaltado por um desejo animal de ser egoísta... E então penso apenas em mim e na possibilidade de ser correspondido no Amor...
Acendo um cigarro enquanto estes pensamentos me percorrem a mente. Depressa tento voltar à realidade para não ser tarde demais e começar a acreditar que sou capaz. Faço um esforço enorme para voltar a ser racional, mas cada vez é mais difícil. Apetece-me cada vez mais ser egoísta e pensar em mim. Mas será que não o faço já todos os dias?!
Ah! Raios! Tantas dúvidas e ninguém para me responder. Entretanto, o cigarro reduz-se à beata, que atiro para longe, vendo fagulhas fazendo um breve fogo de artifício durante a trajectória parabólica.
Faço a analogia com a minha vida... Será que esta é um aglomerado disperso de pequenos fogos-fátuos, que se dispersam à medida que envelheço?
Tenho que me concentrar melhor naquilo que verdadeiramente é importante. Assim, talvez me realize como pessoa do MUNDO... O resto virá por acréscimo!

domingo, março 06, 2005

Tic-tac... Tic-tac... Tic-tac

O tempo vai passando e já sinto saudades daquilo que ainda posso saborear.
Aquela rua onde passei sob uma chuva miudinha, a esquina onde me perdi à conversa vezes sem conta, o autocarro que perdi por andar devagar... Tudo isso e o resto tendem a fazer já parte de um passado ainda presente.
Aproveito estes "dias do fim" para pensar e reflectir naquilo que fiz e em tudo o que aconteceu. Acho que valeu a pena, mesmo as coisas que correram mal...
O pior é pensar naquilo que ficou por dizer ou fazer... Não sei se as desculpas que dei a mim próprio ainda serão válidas aos 23 anos... Enfim!
Já nada é como era e dou por mim a condicionar a vida em função do futuro... Será isso bom? Bom não será, talvez, mas ao menos resguardo-me de situações menos boas. É como se não quisesse deixar rasto da minha passagem por Coimbra! Não querer prender-me ou prender, nem ficar com assuntos pendentes...
Inda tenho algum tempo para rever bem o que quero, mas a verdade é que sinto já um vazio e uma sensação esmagadora de incapacidade....
É como se já não houvesse vida que valha a pena ser vivida!!!