segunda-feira, setembro 26, 2005

Fuga

Corro, sem nunca sair
Do mesmo lugar. Atravesso
Searas de douradas esperanças
E sorvo, da concha formada
por duas mãos que não as minhas,
Uma água que dizem ser elixir.
Alterado por uma força crescente,
salto um tronco queimado, algures
entre o Aqui e o Αli. E vejo-me
Acolá.
O Sol morre em mil cores de
lume vivo e estendo-lhe o coração
Que aquece...
Intocável, como o arco-íris,
surges detrás de cada memória.
E etéro como ele, permaneces
Imutável. A mim mesmo...
Suspenso dum Tempo
Que não avança,
Contemplo-te.
E é tudo o que me é
Permitido.

3 Comments:

Blogger Rita said...

Lindo, como sempre, querido Martim... Muitas das vezes ficamos alheados do nosso próprio direito e dever de sermos felizes e de construirmos a nossa própria felicidade. Mais triste ainda ficarmos a contemplar-nos a nós mesmos, como se fôssemos estranhos e não nos tivéssemos (re)conhecido nunca... Já tinha saudades de te ler.
Beijo grande, com muita coisa cá por dentro por resolver e muito pessimismo a pintar-me os olhos do coração...*

segunda-feira, setembro 26, 2005 11:17:00 da tarde  
Blogger vero said...

Gostei...
Beijinhos*

terça-feira, setembro 27, 2005 2:19:00 da manhã  
Blogger Walter said...

Ha textos que não devem ser comentadas tal é a grandiosidade da sua mensagem!este sem duvida é um deles!Gostei mesmo muito!
abraço
walter

terça-feira, setembro 27, 2005 4:23:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home