terça-feira, julho 12, 2005

Condenado

Porque me atormentas?
Porque mesmo neste
momento feliz
insistes em esgueirar-te
entre as pétalas molhadas
Pelo orvalho da manhã?
És como o vento
que queima os morangueiros em flor.
Surges do nada e deixas-me a
tremer, mesmo quando tou escorado
por um amor infinito
que escorre das colmeias ao lado.
Esse mel que teimo em não
Saborear.
Esse mel que é vida e morte
em mim e por mim...
E eu não quero a vida
Quero a morte
Pois a vida é-me oferecida
diariamente... No corvo que
pia, na chuva que me lava as lágrimas,
na areia que me queima os pés...
Mas não;
tenho que escolher o caminho mais
Difícil.
Aquele coberto pelas silvas
e agoirado pelos abutres
Mesmo quando me é posta
em cálices de oiro cobertos
a lápis-lazúli
Pareço não conseguir sorrir
Amar. Quem me ama
E a culpa é minha
E a culpa é do corvo
que me acompanha...
E a culpa...
Sempre a culpa...

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem que poema lindo mas ao mesmo tempo tão triste!Onde buscas essa inspiração toda!Gostava de te ver bem...Obrigado pelo comentário no meu espaço!Abraço bem forte amigo!

terça-feira, julho 12, 2005 9:25:00 da manhã  
Blogger Anjo Caído said...

Lindo!... é magnífica a forma como te consegues expressar!

Beijinhos

terça-feira, julho 12, 2005 9:31:00 da manhã  
Blogger Rita said...

Está absolutamente perfeito, Martim. Espero que essa morte se transforme numa vida pujante e plena de renascimentos a dois.
Beijo grande, como tu, poeta ;)

terça-feira, julho 12, 2005 10:08:00 da manhã  
Blogger Ricardo Simaes said...

Lindo Poema, sim senhor!

Mas deixa a culpa... Deixa-a ficar em qualquer lugar onde ela se distraia... A culpa é um peso nas costas de uma pessoa... E os seres humanos, Martim, querem-se ágeis como o vento, densos como o sol...

Um Abraço Forte!

terça-feira, julho 12, 2005 10:51:00 da manhã  
Blogger Martim said...

Coro e encolh-me perante tamanhas palavras... Agradeço a todos a forma como cada um de vós me impulsiona para a frente!
Abraços e beijos. Martim

terça-feira, julho 12, 2005 1:14:00 da tarde  
Blogger Kaeser said...

Pareço não conseguir sorrir
Amar. Quem me ama
E a culpa é minha
E a culpa é do corvo
que me acompanha...
E a culpa...
Sempre a culpa...

...que nos consome :)

terça-feira, julho 12, 2005 5:00:00 da tarde  
Blogger Broken M said...

Porque sentimos sempre a culpa?
De amar quem não nos ama.
De não amar quem nos ama.

terça-feira, julho 12, 2005 7:36:00 da tarde  
Blogger MIN said...

Querido Martim,
anima-te... comigo é cíclico. Umas vezes muito em baixo, outras até consigo arrebitar. Há alturas que estou quase capaz de me atirar de uma ponte com tudo de horrível que assisto, outras penso que ainda bem que estou viva e rodeada de gente tão bonita e tão boa!
Um beijo e força!

quarta-feira, julho 13, 2005 11:46:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Queremos sempre o que não temos, ansiamos sempre mais... O lado oculto e misterioso fascina morbidamente mas, permite umas palavras a esta obcecada com o 'dark side' de tudo: a vida é a mais bela poesia do mundo. E o amor o combustível de qualquer existência...
Nunca desistas d'»A« Busca :)

*beijo*

quinta-feira, julho 14, 2005 12:55:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

visito-te pela primeira ves e sei que vou voltar...
n só pela beleza dos textos, mas pelos sentimentos que expressam...
nao que me ientifique ctg, mas percebo-te e gostava de compreender melhor o que sentem as pessoas como tu...
no fundo, se calhar, estamos todos no mesmo ponto, mas simplesmente a olhar em direcções contrárias... a todos nos perturba a dúvida de não saber o que sentir...
visita-me, se quiseres: http://momentosavulso.blogs.sapo.pt/
Pandora

quinta-feira, julho 14, 2005 1:47:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home