Soneto
Alma, que ficaste por fazer desd' hoje
na vida mais, se a vã minha esperança,
qye sempre sigo, que sempre me foge,
já quando a vista alcança a não alcança?
Fortuna que fará? Roube, despoje,
prometa doutra parte em abastança,
que tem com que m' alegre, ou com que anoje?
tanto tempo há que dei a mão à balança.
Chorei dias e noites, chorei anos,
e fui ouvido ao longe, pelo escuro
gritando, acrescentar muito em meus danos.
Agora, que farei? Por amor juro
de tornar a cantar fora d' enganos
e, por muito do mal, posto em seguro.
Fernando de Sá de Miranda
Bonito, não? Como a inspiração está cada vez mais escassa, decido dedicar um ciclo a grandes homens da Vida e do Amor....
na vida mais, se a vã minha esperança,
qye sempre sigo, que sempre me foge,
já quando a vista alcança a não alcança?
Fortuna que fará? Roube, despoje,
prometa doutra parte em abastança,
que tem com que m' alegre, ou com que anoje?
tanto tempo há que dei a mão à balança.
Chorei dias e noites, chorei anos,
e fui ouvido ao longe, pelo escuro
gritando, acrescentar muito em meus danos.
Agora, que farei? Por amor juro
de tornar a cantar fora d' enganos
e, por muito do mal, posto em seguro.
Fernando de Sá de Miranda
Bonito, não? Como a inspiração está cada vez mais escassa, decido dedicar um ciclo a grandes homens da Vida e do Amor....
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