terça-feira, maio 17, 2005

Rio...

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As gotas de dor que caem dos meus olhos engrossam este rio que, teimando em correr para jusante, me parece correr para trás. Num momento meu de rara lucidez, compreendo que sou eu quem deseja que ele meleve de volta ao ponto de partida. Uma partida que o não chega a ser, pois não há uma chegada, um destino certo a atingir.
As árvores balançam com o vento amigo e ao fundo vejo um bulício de caras, de braços, de risos e gritos... No meio de tanta gente, estou só, mergulhado em mim mesmo, tentando reconhecer-me. Mas a imagem que as águas do Mondego me devolvem é a de um outro miúdo, atormentado e triste, à beira do abismo... E quando me levanto da margem, torno-me no que sempre sou: um fingidor! Fingidor de emoções, fingidor de sentimentos, fingidor de vidas.
Ninguém compreende, ninguém pode fazer nada. Talvez porque fingem também que são outros, à espera do mesmo que eu... Não teremos, afinal, todos o mesmos desejos e anseios? Não seremos todos filhos bastardos desse AMOR que nos cria e destrói, simultaneamente?!
Vejo a última lágrima salpicar as águas desse rio, antes de me levantar para mais uma cena desta peça fingida, sem fim à vista...

1 Comments:

Blogger Drago said...

Xanax?.....Não? Tenho ouvido maravilhas.

quarta-feira, maio 18, 2005 11:20:00 da manhã  

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