terça-feira, abril 26, 2005

Desabafo

Vagueio por entre a multidão que se desloca contra mim. Escolhi remar rio acima e agora sofro as consequências.
Entre um ou outro encontrão, pensei encontrar uma mão estendida que se oferece para me ajudar. Mas a ajuda não era para mim, mas sim para o todo que a estendia, que também estaria prostrado na calçada pisada por todos...
Uma vez mais me arrasto pelos dias que teimam em fugir. Uma vez mais faço mil promessas a mim próprio, daquelas que sei que não conseguirei cumprir mas que me orientam e me fazem repensar os esquemas mentais.
Não quero e não posso voltar a amar; porque nunca me senti amado! Gostava tanto de me fechar numa caixinha pequenina e nunca mais sair de lá... Dói tanto a ausência e indiferença... Onde estás tu? Começo a achar que nunca estiveste comigo, que me usaste para te catapultares para outro nível da tua própria existência. Um mero trampolim!
Quero amar-te... Quero dar-te a minha mão e quero sentir-te comigo! Quero beijar-te debaixo da Lua, numa duna perdida algures na costa. Olhar-te nos olhos e e ver-me reflectido no teu olhar... Viajar contigo para todo o lado e deitar-me a teu lado, quando chorares... Amor, amor, amor!